Rio de Janeiro-RJ: Repressão no 2° Ato pela Tarifa Zero de 2016
Nesta sexta-feira, 15 de janeiro, ocorreu o segundo ato pela tarifa zero na cidade do Rio de Janeiro, durante forte chuva e grande contingente policial.
Ao chegar a Central do Brasil os manifestantes tentaram entrar dentro da estação de trem, mas foram impedidos pelos seguranças da estação e a polícia militar. Pouco tempo depois a polícia inicia uma série de agressões por cassetetes com o objetivo de dispersar os manifestantes.
Vários manifestantes foram agredidos. Enquanto um jornalista era brutalmente agredido e imobilizado por vários policiais, uma bomba de efeito moral foi disparada no meio de um aglomerado de pessoas que gritavam para que o jornalista fosse solto.
Uma menina foi gravemente ferida pelos estilhaços da bomba e foi levada para o hospital Souza Aguiar, recebendo alta por volta das 5 horas da manhã.
No momento em que um jovem negro, pego enquanto atravessava a rua, era revistado e preparado para ser levado detido, o tenente Bruno, que comandava a operação, acusa uma fotógrafa de o ter chamado de racista e ordena que seus subordinados a levassem detida. Com isso, o rapaz negro é deixado solto.
Logo após, um jornalista do Centro de Mídia Independente (CMI-Rio) que acompanhava a detenção têm o seu celular apreendido sem qualquer ordem judicial, pelo mesmo tenente Bruno, sob o argumento de que o celular seria usado como prova. O celular estava sendo utilizado para fazer a transmissão ao vivo da manifestação. Com a detenção do material de trabalho do jornalista, a transmissão é interrompida.
A fotógrafa foi levada para a 17° DP em São Cristóvão liberada algumas horas depois. O aparelho celular também foi levado para a mesma delegacia, sendo liberado após o jornalista mostrar que não havia vídeo gravado no aparelho.
As transmissões ao vivo feitas pelo CMI-Rio são acessadas pelos links twitcasting.tv/cmirio e cmirio.tk/ao-vivo e os vídeos não são armazenados em nenhum lugar, apenas assistidos ao vivo.
É lamentável que o trabalho de um jornalista seja interrompido por agentes do estado, impedindo que se realize o princípio democrático de liberdade de expressão e de propagação da informação ao vivo e sem cortes. Felizmente a ideia de uma mídia livre, independente e democrática tem se propagado e o desligamento de uma câmera não foi suficiente para que a cobertura do tal evento político fosse mais prejudicado.
Comentar