Niterói-RJ: Ocupação do Colégio Estadual David Capistrano é surpreendida pela Polícia após denúncia falsa
Durante a tarde do dia de hoje, 23 de julho, o Colégio Estadual David Capistrano, no bairro de Santa Barbara em Niterói, foi surpreendido pela Polícia Militar no local para averiguar denúncia de que haveria armas brancas dentro da escola. Poucos instantes após a chegada dos policiais, um grupo do movimento #desocupa, contrários a ocupação, chegaram à escola querendo a desocupação de forma violenta.
Os estudantes estavam almoçando no momento em que chegaram os policias e o desocupa. Foram encontrados pedaços de pau e estacas que foram utilizadas para prender uma barraca na festa junina que ocorrera na sexta-feira, dia 15 de julho. Os estiletes eram utilizados para usos diversos, inclusive para os preparativos de decoração da festa, e as facas foram retiradas da cozinha.
Cinco estudantes foram levados para a delegacia localizada no Fonseca para prestarem depoimento, mas algumas horas depois haviam sido liberados. Na delegacia também estava presente o denunciante que era pertencente ao movimento desocupa. O grupo contrário, o #desocupa, chegou em grande número e publicaram no facebook que a polícia estava na escola, o que fez muitas pessoas da comunidade irem para o local.
Os objetos nem puderam ser considerados como armas brancas pois, se tratavam de materiais de cozinha e de uso geral, e que nenhum estudante foi visto portando qualquer desses instrumentos com a intenção de cometer violência.
Essa denúncia causou bastante confusão e levou os ocupantes a saírem da escola. Pessoas ligadas ao #desocupa chegaram a entrar na escola e forçaram essa saída de forma truculenta e com ameaças de violência. Os estudantes se trancaram em uma parte do prédio para evitar maiores problemas. Muitas mães de estudantes da escola estavam no local e ficaram preocupadas com as ameaças de violência. Para evitarem que os estudantes da ocupação fossem agredidos, as mães tentaram intermediar a saída dos estudantes. Um cordão humano foi feito para a saída dos ocupantes e evitar que integrantes do desocupa os agredissem. A Polícia Militar estava presente mesmo durante a ameaça de violência.
Apesar da saída forçada dos estudantes, não houve desocupação e a ocupação continua de forma compartilhada, como vem ocorrendo desde a decisão judicial que diz que as ocupações devem utilizar apenas espaços de uso comum, sem atrapalhar os andamentos das aulas e a presença da direção e outros funcionários.
SAÍDA DA DIREÇÃO
Nesta segunda-feira (18/07), a direção abandonou a escola após os estudantes pedirem a prestação de constas e orientou professores a não darem aulas. Logo em seguida, fizeram uma postagem na página do facebook do colégio justificando a saída devido a “novos fatos” relacionados ao fato de a festa junina ter sido organizada pela ocupação sem o “consentimento da gestão da escola ou do corpo docente da unidade”.
A nota foi apagada pouco tempo depois, mas foi replicada pelo grupo contrário à ocupação chamado “CEDC da depressão”. Uma mensagem de um professor contrário à ocupação também foi postada na página da escola, mas também foi retirada.
Poucos dias depois, na mesma semana, a direção conversou com os estudantes da ocupação e voltou atrás, retornando à escola.
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