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Rio de Janeiro-RJ: Ocupação da UERJ denuncia TRABALHO ESCRAVO e a precarização em prol das olimpíadas.

Julho 18, 2016 - 00:00
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No dia 13 de Julho, universitários, secundaristas, funcionários técnico-administrativos, professores e demais apoiadores da causa, ocuparam o corredor da reitoria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), como um movimento unificado contra a precarização da educação e pelo boicote às olimpíadas.

Em assembleia dos estudantes com o comando de greve decidiu-se pela ocupação da universidade, mas entidades estudantis vinculadas à partidos políticos tentaram barraram a ocupação na assembleia geral dos estudantes no entanto, os setores independentes prosseguiram com a ocupação. Os ocupantes estão alocados no Hall do prédio principal.

Estudantes do movimento secundarista que ocuparam escolas e a sede da secretaria de educação (SEEDUC) do estado, também participam da ocupação.

Todos os setores da UERJ mantém-se em uma greve que já dura mais de 4 meses. A universidade está sem aulas há 7 meses, o vestibular foi adiado, os servidores estão com o salário parcelado, os terceirizados estão com salário cortado e a instituição encontra-se extremamente precarizada.

Os ocupantes protestam pelo fato de, apesar de todo o abandono pelos serviços básicos à população, como a educação e pelo Estado do Rio de Janeiro encontrar-se em situação de calamidade pública, a preparação para os jogos olímpicos estão em dia e o salário do judiciário recebeu reajustes. Denunciam também, o projeto de privatização que vem sendo aplicado lentamente e contribuindo com a precarização da universidade. Uma dessas medidas é a terceirização de vários setores da instituição.

A questão dos funcionários terceirizados parece ser a mais grave. Além de estarem com os salários cortados, sem previsão de recebimento, continuam a trabalhar. Muitos deles vêm de muito longe a pé, porque não tem dinheiro para a passagem. Um segurança caminha aproximadamente três horas de sua casa em Madureira até a universidade, todos os dias, para trabalhar de graça.

Um dos cartazes da ocupação denuncia que a Universidade possui trabalho escravo e os estudantes dizem que a ocupação também veio como uma medida estratégica de "boicote à tocha".

Indígenas e apoiadores que estavam ocupando o museu do índio em Botafogo e foram retirados de forma extremamente violenta nesta terça-feira, também se uniram à ocupação da UERJ por sofrerem as consequências do mesmo autoritarismo de Estado.

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