São Gonçalo-RJ: Estudantes secundaristas vão às ruas pela educação
As ruas de São Gonçalo foram mais uma vez ocupadas pelos estudantes secundaristas do Estado do Rio de Janeiro neste dia 07. Pelo menos duas passeatas ocorreram pela manhã e pela tarde. O primeiro saiu do Ciep 249 e seguiu até a praça Zé Garoto e o segundo rodou por Alcântara, terminando próximo ao relógio.
“não tem ninguém nos manipulando, nós somos estudantes conscientes. O estado não têm capacidade de entender isso.”
Pelo menos os seguintes Colégios Estaduais estiveram nas ruas hoje: Ciep 249 Waldemar Zarro, CE Nilo Peçanha, Instituto de Educação Clélia Nanci, CE Adino Xavier, CE Armando Velasco, CE Alvaro Ferreira Pinto, Ciep 410.
Assim como em todas as outras passeatas, os alunos denunciam o sucateamento dos prédios, a falta de manutenção, a falta de material básico didático e para o seguimento das aulas, como canetas para os professores, cartolinas e mesmo papel. Os alunos também reclamaram da falta de ar condicionados e ventiladores, pois a maioria ou não têm ou estão com defeito ,e o governo não renovou o contrato de manutenção dos ar condicionados alugados.
Os estudantes denunciaram a falta da merenda escolar e a repetição do cardápio: “todo dia é arroz, feijão e ovo, isso quando não é só arroz e ovo”. Muitos colégios já não possuem mais almoço e os que ainda possuem estão reduzidos. Há falta de uniformes também, obrigando os alunos a comprarem no comércio. Os cartões riocard, que garantiriam o transporte para o colégio estão sendo entregues com muitos meses de atraso.
Alunos reclamam que os professores têm que comprar material com seu próprio dinheiro, como canetas, apagadores, entre outros. Material audiovisual, como datashows, básicos para muitas aulas, não existem. Segundo uma aluna, o seu professor de educação física comprou material para dar aulas de arco e flechas com o seu próprio dinheiro, pois o colégio não possui bolas, nem quadra adequada para a prática de outros esportes.
Um professor fez um alerta aos estudantes sobre as entidades que se dizem representantes dos estudantes que poderiam desmobilizar o movimento: “tem que ficar ligado, quem vai se infiltrar para desmobilizar por dentro.” Ele se referia a unidades estudantis que se dizem representantes dos estudantes mas que estão ligadas a partidos políticos e/ou mesmo ao governo.
Ele ainda ressaltou a importância da independência e autonomia do movimento, que é capaz de se organizar sozinho sem a direção de unidades estudantis ou partidos, independente da direção da escola, que não deve influenciar na organização de seus grêmios nem impedir manifestações, e mesmo dos professores, que apesar de aliados, possuem a sua própria organização independente dos alunos, da mesma forma que os alunos devem se organizar independente dos professores, porém unidos quando necessário.
“tem que ser movimento estudantil independente, porque vocês são capazes de fazer independente de qualquer professor, de qualquer diretor e de qualquer partido político. Então, manter a organização pela base, no chão da escola.”
Uma aluna também ressaltou que os alunos são “conscientes” e que ninguém os estão “manipulando”, reforçando a preocupação com a independência e respondendo às insinuações de que eles estariam sendo “massa de manobra dos professores” como, segundo denúncia de alguns alunos, os seus diretores estariam dizendo.
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