Niterói-RJ: Professores fazem assembleia e seguem em manifestação pelo centro da cidade
Nesta quinta-feira, 10 de março, o SEPE-Niterói, sindicato dos professores, fez assembleia no Colégio Estadual Liceu Nilo Peçanha no centro de Niterói. Professores de todos os colégios da cidade estiveram presentes.
Em seguida os professores seguiram em manifestação pela Av. Amaral Peixoto até a Regional da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, a SEEDUC, onde uma comissão composta de professores e alunos subiu para conversar com os funcionários para tentar alguma negociação, formalizando o repúdio ao programa de educação do estado.
As reivindicação são contra o progressivo sucateamento da educação que tem se acentuado no atual governo, seguindo a tendência de priorizarem os setores privados da economia em detrimento dos trabalhadores, usando a desculpa de crise econômica.
“Uma crise econômica é algo muito simples de a gente entender: crise econômica é quando o rico não consegue lucrar tanto, e quando não conseguem lucrar tanto eles pressionam o estado para tirar dos trabalhadores.” - disse professor do estado.
O professores estão sofrendo perdas significativas nos seus salários, como a troca dos tempos de serviço por bonificações nos finais de ano, aumento de percentual a ser descontado pela previdência social, parcelamento de salários e décimo terceiro, mudanças no calendário de pagamentos, entre outras.
Todos os anos, milhares de professores do estado vêm abandonam suas carreiras devido as péssimas condições de trabalho, e a rotatividade de professores dentro das salas de aula é enorme. Uma mesma turma pode ter até três professores em uma mesma matéria dentro de um ano letivo. Professores são obrigados a dar aulas de matérias que não correspondem a sua formação para tapar buracos.
“Já vi professor de história dando química, professor de física dando sociologia. Aí não me causa estranheza um aluno não gostar de sociologia ou não gostar de química.” - disse professor do estado
A maioria das escolas não possui as condições mínimas para o aprendizado. Faltam ar condicionados ou, quando existem, não funcionam ou a rede elétrica da escola não foi adaptada para os aparelhos. Banheiros estão quebrados, há buracos nas paredes, goteiras e mesmo inundações quando chove, falta d'água, falta de variação nas merendas escolares e mesmo corte total de almoços etc.
Muitas escolas não têm porteiros e funcionários de manutenção. Alunos de colégio no Rio do Ouro estão sendo assaltados dentro da escola por falta de porteiro na entrada. Muitas escolas estão com quadras de esporte danificadas por falta de manutenção, com matos e sujas, além da falta de material para educação física.
Professores são obrigados a dar aulas para turmas super lotadas e sem estrutura para tantos alunos. Falta também material didático, como livros para os alunos, canetas e apagadores para os quadros, ou mesmo papel para imprimir provas.
Com a greve, muitos professores estão sofrendo assédio de seus diretores e seguem com medo de mais cortes nos salários ou perda de bonificações. Mesmo assim, a greve já alcança 70% da educação e conta com a adesão dos alunos que estão se organizando e criando sua própria pauta de reivindicações. Com isso, alunos também estão sofrendo assédio de diretores que tentam coibir a atuação política estudantil.
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